A tensão crescente entre Irã, Israel e Estados Unidos volta a abalar os mercados globais nesta segunda-feira (23). Com o aumento do risco geopolítico e a possibilidade de comprometimento no fornecimento de petróleo, investidores adotam postura mais cautelosa. O dólar e a Bolsa brasileira já reagem à instabilidade.
Por volta das 10h30, o dólar comercial apresentava queda, cotado a R$ 5,51. O Ibovespa, principal índice da B3, também operava no vermelho, aos 136.707 pontos. O principal motivo da aversão ao risco neste início de semana é o agravamento das hostilidades no Oriente Médio. No domingo (22), os Estados Unidos realizaram ataques a três instalações nucleares no Irã. A ofensiva é parte de uma escalada militar iniciada há mais de uma semana entre Irã e Israel.
Em resposta, o Parlamento iraniano aprovou uma proposta para interditar o Estreito de Ormuz, um dos corredores marítimos mais importantes para o comércio global de petróleo. Embora a medida ainda precise do aval do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do líder supremo do Irã, a mera possibilidade de bloqueio já provoca aumento nos preços da commodity. O temor de interrupções no fluxo de exportação através do Estreito de Ormuz, que responde por aproximadamente 20% do petróleo transportado no mundo, reforça a volatilidade nos preços.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou os bombardeios contra instalações nucleares iranianas e advertiu que o Irã está diante de uma escolha entre diplomacia e tragédia. O Irã, por sua vez, respondeu com duras declarações do aiatolá Ali Khamenei, classificando a ação como um “erro imperdoável”. Israel também seguiu com novas ofensivas nesta segunda, atacando pontos estratégicos em Teerã.
Enquanto o cenário internacional dita o ritmo dos mercados, os investidores locais também estão de olho na política monetária brasileira. A ata da última reunião do Copom será divulgada nesta terça-feira (24) e poderá esclarecer a trajetória dos juros. Na decisão mais recente, o Banco Central elevou a taxa Selic para 15% ao ano. O comunicado pós-reunião indicou uma possível interrupção nos ajustes, mas reforçou o compromisso com juros elevados por mais tempo para conter a inflação.
A combinação de incerteza geopolítica, alta no preço do petróleo e expectativa em relação à política monetária nacional reforça o clima de prudência entre os investidores. O mercado segue atento a qualquer desdobramento nos conflitos internacionais e às diretrizes econômicas internas.
Fonte: Portal do Agronegócio